terça-feira, 23 de setembro de 2008

Suas agulhas, minhas agulhas, nossas agulhas

( Foto cortesia de Ana Rosa Accenato com uma bela ambientação criada por sua mãe Jane)

De quando em quando o assunto "qual é a melhor agulha de tricô?" é retomado nos grupos de discussão sobre tricô dos quais participo. E também de quando em quando surge a pergunta: é melhor tecer com agulha reta ou circular?
Não vou me ater às agulhas retas pois lá no comecinho deste blog fiz algumas postagens falando a respeito de agulhas de um modo geral.
Costumo sempre dizer que agulha boa é aquela que permite você tecer suas artes sem enrosco e sem brigas com o fio. Agulhas boas são aquelas que cabem no seu orçamento e lhe dão prazer em tecer.
Mais importante que a marca x, y ou z é o conforto para quem tricota. Portanto se você se sente feliz e satisfeita com seus acessórios tricotísiticos, prá que mudar? Só não dá é pra tricotar com agulhas com pontas quebradas ou desgastadas. Então se suas agulhas estão meia-boca e você precisa dar uma melhorada no seu arsenal, antes de sacar o cartão de crédito, dá uma lida na postagem a seguir.
Agulhas plásticas são ótimas para quem está começando, principalmente aquelas com numeração acima de 6,0. Quem começa a tricotar quer ver resultados, padece da ansiedade natural que cerca todo mortal que aprende algo novo. São baratas e podem ser encontradas em qualquer bazar ou loja de armarinhos.
Agulhas de madeira ou bambu são uma ótima opção para quem já tem domínio da ferramenta básica do tricô, costumam ser leves e silenciosas (não fazem aquele barulhinho gostoso tic, tic...) porém se não forem de boa qualidade e com as pontas em ordem, dão muita dor de cabeça e empacam sua arte.
Agulhas metálicas requerem domínio na condução do fio e firmeza na hora de tecer os pontos (firmeza não siginifica tricotar apertado). O fio literalmente desliza na superficie sem encontrar nenhum tipo de barreira física a boa condução da sua trama.
E aí começa a dúvida na hora de comprar, se este for o seu desejo incontrolável.
Hoje o que não faltam são informações acerca deste ou daquele produto. E a maior agitação fica por conta dos kits de agulhas circulares (que também podem ser usadas como agulhas retas flexíveis).
Práticos e compactos, os kits de agulhas intercambiáveis são uma mão-na-roda para quem quer tudo a mão. Porém somente um tipo de kit (até o momento) é encontrato a venda por aqui.
E assim mesmo em pouco lugares.
Este kit é o kit de bambu da Tulip que compreende agulhas que vão de 3,75 a 6,0mm e 4 cabos de 40cm a 1,00m.. O sistema de ligação dos cabos às agulhas é por simples rosqueamento. Não sei informar se são encontrados em outras localidades além de São Paulo, mas por aqui podem ser adquiridos na loja Telanipo e na Tricolândia, a um preço médio ao redor de R$ 160,00. Essas lojas vendem por telefone e entregam para todo o Brasil.
A partir de novembro também será possível comprar aqui no Brasil o kit de agulhas Addi de origem alemã. Porém por enquanto somente o Empório das Lãs está oferecendo o produto a sua seleta clientela. O preço deve ser acima de R$ 300,00. As vendas são por telefone e a loja está aceitando reserva para aquisição do kit. As agulhas são metálicas (alumínio niquelado), com pontas médias e cabos bastante flexíveis em nylon. O sistema de engate nas agulhas é por rosqueamento simples e a numeração das agulhas varia do 3,5 ao 10mm com cabos de 40cm a 1,0m.
Esse novo kit virou a cabeça de muitas arteiras e promete ser a nova sensação no mundo tricotísitco 'high level' e não dispensa uma grife.
As outras opções em termos de kits são o kit Denise (plástico), o Boye Needle Master ( alumínio anodizado e o primeiro kit a ser lançado no mercado a mais de 40 anos) e o Knit Picks de metal (alumínio niquelado) ou madeira.
Infelizmente nenhum destes kit são vendidos aqui no Brasil, mas podem ser adquiridos pela internet no exterior.
Para quem se interessa pelo kit Denise (o xodó das tricoteiras americanas), é bom saber que as agulhas são plásticas e a corda de ligamento é um tubinho relativamente flexível. O sistema de engastamento agulha- cabo é feito por uma espécie de mini engate. A numeração das agulhas segue o padrão americano e vai do 5,0 ao 15 (o que equivale no sistema métrico à agulhas de 4,0 a 10mm). Os comprimentos dos cabos variam de 40 a 80cm sendo possível emendar os fios para obter comprimentos maiores. Com a útilização de terminais que acompanham o kit é possível transformar as agulhas circulares em agulhas retas flexíveis (com comprimentos diferentes). A junção das agulhas com os cabos é lisa e não costuma enroscar em fios mais delicados. Uma excelente opção para quem viaja de avião e não que abandonar seu tricô nem por um segundo. O preço varia de 49 a 54 dólares (o modelo rosa) e pode ser encontrado em muitas lojas online espalhadas pelos USA, Canadá e alguns países europeus. Eu recomendo a compra na loja virtual Alice in Stiches por cobrar um frete absoltamente honesto. Um outro local interessante para a compra é a Spin Blessing que também vende o kit Boye Needle Master e muitas outras tentações....cobrando um valor de frete aceitavel.
O kit Boye Neddle Master é o pioneiro e mais antigo kit no mercado. Suas agulhas são em alumínio anodizado. As pontas são médias, o fio é em nylon pouco flexível. O sistema de engastamento é por rosqueamento a chave (uma chavinha especial que acompanha o kit) . As agulhas não são muito leves porém muito bem acabadas. Quando o rosqueamento do fio à agulha é feito direitinho não há o perigo do fio se soltar enquanto você tece. A numeração das agulhas segue o padrão americano e vai do 2,0 ao 15 (o que equivale no sistema métrico à agulhas de 2,75 a 10mm). Os comprimentos dos cabos varia de 40 a 60cm sendo possível emendar os fios para obter comprimentos maiores. Com a útilização de terminais que acompanham o kit é possível transformar as agulhas circulares em agulhas retas flexíveis (com comprimentos diferentes). O melhor lugar para comprar este kit é no Ebay (tipo de Mercado Livre). Muitas lojas virtuais enviam para o Brasil. Mas é sempre bom ficar atento ao valor cobrado pelo frete. O preço também pode variar bastante começando a 35 dolares e podendo chegar a mais de 70 dolares pelo mesmo produto.

Por último vale lembrar do kit da Knit Picks que é em aluminio niquelado, com pontas finas, sistema de engate por rosqueamento com chave (igual ao Needle Master). Cordas de nylon muito flexíveis e extremanete bem acabadas. Infelizmente a loja da Knitpicks não vende para o Brasil, mas algumas lojas na Europa e Austrália enviam para cá. Aliás essas agulhas parecem ser o xodó das europeias e australianas, depois das agulhas Addi e Inox-Prym. O preço médio é ao redor de 60 dolares. A numeração das agulhas segue o padrão americano e vai do 4,0 ao 11 (o que equivale no sistema métrico à agulhas de 3 a 8mm). O comprimento dos cabos variam de 40 a 80 cm sendo possível emendar os fios para obter comprimentos maiores. Com a útilização de terminais que acompanham o kit é possível transformar as agulhas circulares em agulhas retas flexíveis (com comprimentos iguais, pis o kit vem com 2 cabos de cada comprimento). Existe ainda da mesma Knit Pick a opção em madeira, muito lindas.

Ainda pretendo voltar a este assunto agulhas mais uma vez, mas por hora acredito que com todas as informações que aparececeram por aqui, voces sem dúvida vão contar agulhas à noite ao invés de carneirinhos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fui ao baile, levei o tricô e não dei a receita

No ano passado, fiz uma postagem mostrando uma estola que usei para ir a uma festa e receita que é bom nada. Não é que agora, estou realmente tomando jeito e anotando as minhas alquimias tricotísitcas. Para quem na época se interessou e achou que eu era uma baita egoista em não passar a receita, ela está a disposição lá na filial e também no arquivo das Receitas de Milady.


E já que o tempo está altamente convidativo para os últimos fios de inverno (e até a baixa de preço em alguns sites e lojas como o Bazar Horizonte e Ambar Armarinho), que tal aproveitar o próximo fim de semana para tecer a minha nova paixão (de todos os projetos que fiz nos últimos tempos este realmente um dos que mais me encantaram).

Foto de Carlos Bessa

Sei que muita gente torce o nariz para fios mesclados e com pouca torção, mas podem acreditar, este mesclado é simplesmente o máximo da sutileza. E caiu como uma luva para a técnica de carreiras encurtadas. Para não se enroscar na falta de torção do fio o segredo é usar uma agulha com a ponta média e completamente em ordem.
E mais um detalhe, as flores são removíveis. Dá até prá usar como um broche em outras produções.
Para quem acha que ela é engordativa, a modelagem godê é só na frente e laterais. A parte de trás é reta.
Espero que aprovem a receita e se por ventura encontrarem alguma besteira que escrevei, por favor me corrijam. Em matéria de digitação, fui reprovada com louvor no curso de datilografia. (aí como odiava aquele ASDFG).
Depois eu conto mais.




terça-feira, 16 de setembro de 2008

Blog abandonado, agulhas a mil e paciência zero!

Peço um milhão de desculpas pela falta total e absoluta de postagens há mais de um mês. A todos que gentilmente me visitam só me resta agradecer a boa vontade em continuar me visitando sem encontrar nada de novo.
Para ser sincera pensei até em fechar o blog depois que fui 'invadida' por um monte de comentários impublicáveis e também por uma 'varredura' do blogger em busca de conteúdo inadequado.
Algum espírito de porco 'achou' que meu blog era 'nocivo' e fui denunciada. A varredura durou horas. Mas felizmente meu blog é blog de familia, não publico nada que não seja sobre tricô, nem mesmo receita alheia sem a previa autorização, a coisa parou por aí.
Só não são de familia aquelas pessoas que se dignam a invadir o espaço alheio para escrever m..... Querem saber, quem se digna a isso não merece que eu perca meu tempo nem gaste o meu latim...
Então vamos ao que interessa: muito tricô.
Minhas agulhas andam a mil com os novos projetos para a filial do blog. Além das novas receitas, e postagens, há sempre muito o que tecer, pesquisar e aprender.
Com esse inverno meia-boca que tivemos (sei não, desde ontem o frio está comendo solto aqui em Sampa) já comecei minha caçada em busca de novidades em matéria de fios para a próxima estação.
E foi numa dessas minhas caçadas, que me deparei com um fio surpreendente macio, com cores vivas e a preço pagável. Na verdade já desconfiava que este fio fosse bom pois a composição é perfeita para o nosso clima (algodão e viscose) e também que ele fosse exportado para vários países. Dito e feito. O fio Frisson da Circulo é exatamente o mesmo fio Luna vendido na Elann do Canadá. A diferença fica apenas por conta de uma pequena diferença na composição. Enquanto o Frisson tem 55% algodão e 45% viscose, o Luna tem a proporção inversa.
Já estou tecendo a segunda peça com ele e a cada ponto me encanto mais. Estava em busca de um fio na cor cru que não fosse 100% algodão ou 100% acrilico para criar um projeto em ponto rendado.
Como as lojas ainda não receberam as novas coleções de fios para o verão (a desculpa é sempre a mesma: ninguém quer saber de fazer tricô no verão, quando muito crochê e com fio comum e comercial), sai a caça do meu fio lá pelos lados da 25 de Março. Olhei daqui e de lá e nada, quando de repente entrei no Armarinho Ambar e vi num canto o dito cujo fio procurado.
Comprei 3 novelos num tom de vermelho fogo chocante (adoro vermelho) para experimentar. Na verdade o que queria mesmo era o cru e aí conversando com ao sr. Vitório (gerente da loja) perguntei a ele se seria possível encomendar o dito cujo na cor que estava precisando. Resultado: menos de uma semana depois, recebi um telefonema avisando que o fio já estava a minha disposição.
Parece impossível ser bem atendido num lugar como a 25 de Março, mas sem dúvida alguma tive um atendimento impecável e prestativo. E quem não gosta disso, não é mesmo?
Resultado: o bom comerciante sabe fidelizar seu cliente com bom atendimento independentemente do local onde a loja está. Valeu sr. Vitório, o projeto está ficando maravilhoso e logo logo vai aparecer lá na filial.
E para quem está morto de curiosidade para saber como fica o tal fio após tecido: olha um detalhe dele aqui:
(Fio Frisson, côr 3611, ags. 3,5, 4,0 e 4,5)

O modelo é um casaquinho top down (raglan tecido de cima para baixo) que logo logo estará no ar.
No mais outros projetos nas agulhas, mil idéias na cabeça, e a certeza de que tricotar faz bem para o espírito e para os olhos.