
Resultado de pesquisa de opinião é uma coisa que sempre me faz pensar sobre o que passa pela cabeça de quem se propõe a respondê-la. Nos últimos meses foram propostas 2 pesquisas neste espaço, direcionadas aos consumidores de fios para as artes com agulhas e outras artes que utilizam fios em geral.
Os resultados até certo ponto não representaram uma grande surpresa para mim , mas...
No caso da pesquisa sobre o que era observado quando da compra de um fio , mais da metade daqueles que responderam à questão, disseram que compravam este ou aquele fio por sua aparência, textura, côr. Surprendentemente a questão financeira foi a menos votada.
Conclusão: os consumidores se deixam levar pela visão e tato. O bolso é esquecido quando se pensa em dedicar um tempo para se criar algo especial.
Na segunda pesquisa que terminou ontem, fiquei realmente intrigada com as respostas. O questionamento sobre o comportamento do consumidor diante da falta de controle de qualidade foi uma surpresa.
Pouco menos da metade dos consumidores não reclama prá ninguém se o produto não têm qualidade, mas jura que não compra mais o fio.
Menos de 20% reclama aos fabricantes e o restante, ou não reclama e acha que defeitos acontecem, ou reclamam à loja onde adquiriram o produto.
Não cabe a mim contestar a opinião soberana de cada um, mas vale uma observação, na verdade, um lembrete.
Se compramos um bem durável como um eletro-eletrônico , o mesmo tem um certificado de garantia. Caso apresente defeito, deve ser reparado ou trocado.
Se compramos um gênero alimentício que está estragado ou não serve ao fim a que se destina, o fabricante, quando informado da não conformidade, troca o produto imediatamente pois zela pelo por sua imagem pública e uma propaganda negativa pode destruir a relação de confiança fabricante-consumidor construída durante anos.
Se pensarmos
no valor dos fios que compramos para as nossas tramas, dependendo o produto que se compra, o mesmo pode custar mais que um ferro elétrico, um liquidificador ou uma boa quantidade de alimentos.
Então porque não sermos ressarcidos do nosso prejuízo? Só porque os insumos para tricô, crochê, trabalhos com tear e outras artes não comprometem a vida de ninguém?
Muitos artesãos e arteiros têm em seus trabalhos a sua fonte de renda. Se o trabalho apresentar imperfeições por má qualidade do material utilizado perde seu valor e consequentemente representa um prejuízo para quem vende.
Uma atitude de respeito com o consumidor é o que se espera de quem fabrica ou distribui determinado produto.
Então pessoal, reclamar é um direito. Deixar os defeitos passarem em brancas nuvens, permite aos fabricantes e/ou ditribuidores-importadores manterem sua postura indiferente ao trabalho e dinheiro do consumidor, pouco se importando em melhorar a qualidade do que vendem.