quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Materializando a proposta decente - parte 1

Desculpem a demora em começar a postagem para o caminho das pedras, ou melhor, o caminho do projeto de verão. Como sabem sou analfabeta digital e para algumas coisas dependo da ajuda do maridão (santa criatura!).
Sem mais delongas, aqui vai o gráfico da faixa inicial que será a base do seu projeto.

Para quem não sabe ler gráfico aqui vai a explicação do ponto carreira a carreira:

Como foi dito na primeira postagem sobre o projeto, a medida do seu projeto será dada a partir de uma camiseta que lhe sirva direitinho. Você também poderá medir inicialmente a peça enquanto tece a faixa inicial ao redor do próprio corpo, na altura em que melhor lhe convier. (Nos quadris, um pouco mais acima ou abaixo). Você é quem decide.

Se for fazer uma blusa ou casaquinho aberto teça uma peça só. (uma faixa longa que dê a volta direitinho na sua camiseta ou corpo e passe uns 2 cm)
Se resolver fazer uma regata com costuras laterias, teça 2 faixas com o mesmo comprimento que depois serão costuradas.
Se quiser tecer uma blusa ou túnica fechada e sem costuras laterais, faça uma montagem de pontos provisória sobre uma correntinha em crochê , para depois costurar com um grafting, antes de levantar os pontos para prosseguir o trabalho.

Antes de começar a tecer de verdade, treine um pouquinho o ponto para ver se entendeu. Ele é fácil e as repetições são curtas. Teça a amostra com agulhas de diferentes espessuras e veja qual lhe agrada mais.

Para facilitar o controle das carreiras já tecidas, fiz uma tabela numerada e colorida. A cada carreira que você tecer, marque um x no número equivalente a carreira. Assim se você precisar parar seu trabalho, saberá exatamente onde está.
Observem que cada coluna ímpar está colorida com uma cor diferente.
Pois bem: todas as carreiras abaixo da carreira 1, serão iguais a primeira carreira do gráfico; toda carreira 3 e as que estão abaixo dela, serão iguais a 3ª carreira do gráfico e assim sucessivamente.
Lembrando que o gráfico é lido da direita para a esquerda (ou seja, do jeito que tecemos).
Sugeri o fio Bella da Pinuoin por ser um fio bonito, barato, que rende bastante e que tem cores bem legais. Dependendo o seu manequim você vai usar 2 ou no máximo 3 novelos. Se sobrar, não se preocupe, fio que sobra nunca é perdido! Porém nada impede de usarem outro fio do seu agrado.
Para quem estiver fazendo a versão inverno, não se preocupe. O projeto é 'for all'!
Amanhã tem mais!

domingo, 28 de outubro de 2007

Ação entre amigos - Laptop e tricô

Voces que me visitam sempre já sabem que ganhei um laptop pelo segundo lugar no Concurso Mãos de Fada. Achei interessante a idéia de colocá-lo a venda aqui no blog através de uma ação entre amigos e visitantes .
As regras para a aquisição dos números estão no link ao lado.
Espero contar com a participação de todos.
Obrigado e boa sorte!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Uma proposta muito decente

Quando o calor chega no hemisfério sul ninguém se anima a pegar nas agulhas.
As coitadinhas ficam jogadinhas num canto, completamente abandonadas, tortas ou com as pontas quebradas esperando timidamente o frio voltar. Com exceção de roupinhas para bebê e uns poucos crochês, ninguém mais se lembra o quanto é gostoso sentar na varanda, balançar na rede, sentar num banco do parque, no quintal, à sombra de uma árvore, e tecer. E entre um ponto e outro, sentir um pouco do vento, respirar calmamente, ouvir passarinho cantando, perder o olhar no horizonte, ainda que você more num lugar como São Paulo.
Mesmo com bons fios que temos no mercado, fios de algodão (perfeitos para o verão) e outros em algodão com viscose, nem nos lembramos o quanto é bonito um trabalho tecido com um fio mais delicado e com agulhas mais finas.
Afinal desde que nos bombardiaram com fios peludos e cheios de texturas que quase ninguém se lembra do tricô como a arte de tramar fios. E não estou falando de rendas tecidas com agulhas 1,5 e fios pouco mais grossos do que linha de costura. Estou apenas falando de um tricô simples, em ponto simples, porém com cara de verão: colorido, alegre e leve.
Pensando nessa leseira que cai sobre muitas tricoteiras arteiras, quero fazer uma proposta decente a voces e ao mesmo tempo criar um projeto muito simples para envolver todas que não acham graça em fazer tricô no verão.
A partir desta idéia, do envolvimento das pessoas que me visitam, em no máximo um mês quero montar aqui no blog uma galeria de fotos com as artes das minhas visitantes.

Para quem topar participar do desfio, aqui vão as diretrizes:

A partir de uma faixa rendada seu projeto único vai tomar a sua medida e ficar com a sua cara! . E por favor, não me peçam receita. Aa receita quem vai fazer é você. É só seguir o passo a passo. Afinal este será o seu projeto, sua obra!

O que você vai precisar de material é básico e custa pouco.
  • Escolha uma camiseta (reta ou baby look) em boas condições e que lhe sirva direitinho sem ficar toda torta ou gigantesca no corpo. Este será o seu molde.
  • Use um fio de verão a sua escolha, atentando apenas para as agulhas. O barrado será tecido com ag. com uma numeração acima daquela recomendada para o fio.
  • agulhas de tricô com as pontas em dia (retas se você for fazer uma camiseta ou blusa em 2 partes e não souber usar agulha circular, ou agulha circular de 60 a 80 cm - sei que agulhas com 80 cm são difíceis de encontrar então use 2 agulhas de 40cm uma seguida da outra)
  • Boa vontade e carinho, afinal está será uma obra sua, prá você ou para alguém especial.
O projeto que vou fazer na verdade será um projeto duplo: um casaquinho com o fio Bella para a minha mãe e uma batinha tipo túnica para mim com o fio Gioia da Aslan (um fio lindo, maravilhos, macio, 100% viscose, que está em oferta, mas só tem uma cor). Vou usar agulhas 4,0, 4,5 e 5,0.

Só para voces matarem a curiosidade, vejam que interessante o ponto do barrado: É a partir daí que tudo vai começar.

Amostra com o fio Bella e agulha 5,0
Amostra com o fio Gioia e agulha 5,0

Para quem me visita de outros países, fica a sugestão para usar um fio de inverno a sua escolha. O projeto pode perfeitamente ser adaptado para fios mais quentes e o modelo fica muito bom com mangas compridas ou 3/4.

Espero contar com a adesão de muitas tricoteiras arteiras.
Afinal um tricozinho é sempre bem vindo!



segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Naquele novelo tinha um nó...Tinha um nó naquele novelo...

Tem coisa mais irritante para quem faz tricô ou crochê do que encontrar um nó bem no meio de um novelo quando se está tecendo aquele ponto todo trabalhado que não permite imperfeições?
Tem coisa mais chata do que ficar emendando fio e fazendo uma verdadeira alquimia para esconder todas as pontas destas emendas sem deixar o trabalho com um avesso feio ou uma borda toda grosseira?
Pois bem, parece que os nossos fabricantes ou importadores de fios não dão a mínima para uma coisinha importante dentro do processo industrial: o controle de qualidade.Quem importa, importa de baciada, containers inteiros de fios interessantes e fios meia-boca. E não está nem aí com o consumidor final: querem é vender tudo o que compraram a preço de banana, a preço de ouro. Se os fios são de boa qualidade ou não, é totalmente irrelevante e secundário.
Afinal, 'tricô é coisa prá velho e velho não reclama'.

Quem fabrica seu próprio fio aqui no Brasil, quer é vender tudo e mais um pouco para fazer frente a concorrência dos fios importados, e também deixam o controle de qualidade prá segundo plano. As coisas boas fabricadas por aqui são exportadas e nós réles brasileiros ficamos com o que não serve para o primeiro mundo.
Tudo bem que fios relamente bons como os inglêses (Rowan), Alemães (Austerman), Japoneses (Noro), Americanos (Debbi Bliss) só para dar alguns exemplos, eventualmente apresentam alguma imperfeição. Se você reclama, não fica a esperar por meses uma resposta com um pedido de desculpas. A resposta é pronta, polida e sem rodeios. Pouco importa onde você comprou o fio.

Por aqui, as empresas até lhe 'indenizam' lhe 'oferecendo' um outro novelo de fio, mas enquanto isso, seu trabalho fica lá paradinho, esperando a boa vontade do fabricante em lhe substituir o que você comprou com defeito. E se por ventura você não tiver a nota fiscal, esqueça.... Aquele fio defeituoso que caiu de pára-quedas na sua cesta de tricô, pelo princípio da geração expontânea se revoltou, ficou todo cheio de nós e torções irregulares, pot mero capricho Fio com defeito? Cadê?! Simplesmente não existe porque não foi 'comprado'. Você colocou todos aqueles nós alí só pelo prazer de emendar fio após fio, e trasformar sua obra 'tricotística' num 'amarradinho'.
Haja paciência e boa vontade para entender porque nos tratam com tanta indiferença e falta de consideração. Será que já não está na hora de uma mudança de postura para com o consumidor de fios e outros insumos para tricô e crochê?
Então para encurtar a bronca:
Alô fabricantes e importadores, um dia voces vão precisar de nós tricoteiras arteiras e aí?!..
Vejam o tamanho do nó 'espetado' na agulha. Este foi apenas um dos vários que encontrei ao longo de 3 novelos. Para minha 'alegria' este pedacinho tecido era só a amostra .
Mais 3 novelos de pura emoção: nós e fio destorcido.

domingo, 21 de outubro de 2007

Ausência de postagens

Peço desculpas a todas (os) que costumam visitar este cantinho pela ausência total de postagens. Estou passando por alguns problemas de saúde (nada grave), o que tem me impedido de dedicar um tempo especial àquelas (es) que sempre são tão gentis com suas visitas e comentários. Peço um pouquinho de paciência e por favor, não se esqueçam de mim. Até meados da semana estarei melhor e aí, podem preparar as agulhas porque vem um projeto desafio a caminho...
Obrigada por todas as visitas e comentários.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Um alô prá voces!

A todos que me visitaram nestes últimos dias e manifestaram sua indignação diante de um embuste, deixo aqui meus sinceros agradecimentos. Em particular agradeço a estas blogueira- tricoteira - arteiras de primeira: Geny, Rosi e Solange.
Caso alguém se interesse em receber a receita completa do modelo do colete que criei e não copiei de revista velha ou nova, livro antigo ou não, peço a gentileza de me mandarem um email: kbdesigntc@gmail.com
Vou ficar muito feliz por receber a sua mensagem.
Infelizmente a receita publicada no site da Linea Italia está incompleta.

domingo, 7 de outubro de 2007

Milady vai ao baile e leva o tricô!





Quando digo que tricô é chique, não é mera figura de retórica. Quando 'folheamos' revistas impressas ou eletrônicas e nos deparamos com modelos lindos e elegantes como estes, criativos e despojados como estes e estes, modelos com cara de praia sem ser 'aquele' da novela das 8, como este ou este, sem a menor pretensão de mostrar nenhuma obra de arte, levo meu tricô ao baile.
Uma estola tecida com um fio diferente, na cor certa , usada sobre a roupa certa, se torna um verdadeiro 'curinga' no seu guarda roupas.
Se você tiver mãos de fada e dedos mágicos para tecer maravilhas como esta ou esta, tramadas com maestria pela Solange logicamente não vai querer nem saber de um tricozinho básico.
Mas se não for este o caso, não se acanhe: encare o desafio de tecer algo especial para você.
Os fios que usei foram respectivamente o Grenolê ( preto, fosco) e o Isis (peludo e cintilante). Ambos foram comprados na Aslan. Usei 1 cone e meio do Grenolê e 4 novelos de 50gr do fio Isis. Infelizmente não fiz receita para a peça, mas a idéia veio daqui e daqui.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Revogando a Lei de Gerson pelo bem do tricô

Muitas de voces tem acesso a todo tipo de revista impressa ou eletrônica. Muitas de voces são 'velhas amigas ' do tricô. Conhecem muita coisa boa que é veiculada nas dezenas de livros e revistas maravilhosas que encontramos lá fora. Eu mesma tenho uma pequena biblioteca 'tricotística' que só não cresceu mais por enquanto por falta de recursos materiais. Busco sempre por informação, inspiração e sou maluca para aprender novas técnicas. Adoro um desafio!

No início deste ano estava envolvida com um projeto grande de criação e acabei assinando a Revista Revista Vogue Knitting para me interar melhor com as novidades. O primeiro exemplar que recebi foi a Edição de Inverno 2006/2007. Literalmente enlouqueci com a criação da estilista americana Norah Gaughan. Com maestria e toques de gênio ela brincou com formas geométricas e formas da natureza. Os pentágonos que compõem o seu 'capecho' (o nome é uma mistura de xale, cachecol e shrug ou mini bolero)remete a nossa imaginação às formas de cristais de gelo. Uma obra prima. Aliás, Norah cria coisas inimagináveis no seu livro Knitting Nature. Viaja por cores e formas requintadas em suas criações para os fios Berroco.

Fiquei tão encantada com a concepção do modelo que enquanto não desvendei os mistérios da sua exeução não sosseguei. O famoso bolero Vogue foi literalmente dissecado por vária componentes de um grupo de tricô do qual faço parte. Cheguei a decorar a quantidade de pontos de cada elemento que compõe o pentágono. Mas e dai?

Passado o momento de deslubramento inicial, desisti de tecer um capecho para mim porque já não representava um desafio.

Tempo vai, tempo vem e não é que fui 'atropelada' por um 'capechão' que cruzou o meu caminho.

Levantei, dei a volta por cima e me lembrei da Lei de Gerson: "Eu gosto é de levar vantagem em tudo! Certo!?"

E porque cargas d'água a Lei de Gerson me veio a mente? Só para me lembrar que um capechão não derruba uma mente criativa. Não conquista espaço, simplesmente invade espaços sem ser convidado. Pode até incomodar porque é grande e disforme, mas desaparece no ar como fumaça perniciosa que faz mal aos olhos. Como toda cópia, jamais terá identidade própria. Não faz jus a criação original de Norah Gaughan.

Capechão não é Capecho!.

E a Lei de Gerson? Esta certamente será revogada por muitos, algum dia.

Para quem acha que estou delirando, que o 'capechão' não existe, olha ele aqui e aqui, oh!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Lei de Gerson e o Tricô

Desde que criei este blog tinha em mente não tratar de assuntos polêmicos e não ligados ao tricô. Porém após algumas postagens, alguns tropeços com o Blogger que insiste em não me deixar postar do jeito que quero, estou sendo compelida a escrever alguma coisa um pouco fora do meu objetivo inicial.

Passada a euforia do concurso da Linea Italia onde fui escohida como a segunda mais votada de acordo com a votação popular (inquestionável, diga-se de passagem), deixo no ar algumas perguntas que não querem calar: O que é criatividade? O que é criação?